A chuva caía, o vento zunia
No meu barracão
Eu dedilhava baixinho
Um pouquinho no pinho
Um samba-canção
Meu cachorro deitado estava ao meu lado
Tristonho a pensar
Que se não fosse cachorro
Descia do morro pra não mais voltar
Tão sozinho, coitado,
Tentava entender essas coisas do mundo
Pensava que o morro
Hoje em dia é lugar
Tão só pra vagabundo
Eu via o engano do meu cachorro quanto a sociedade
Pois no morro hoje em dia
Dá gente tão boa quanto na cidade
Ah, se ele soubesse
O que acontece a quem tem ilusão
Até esquecia essa ideia de ir pra cidade
Deixando o barracão
Meu barracão é bem pobre
Não tem o conforto que tem a cidade
Mas tem um violão
Temum peito amigo e uma sincera amizade