A CARA DO PAÍS
Na coluna de Bianca Kleinpaul no jornal O globo do mês passado, durante a comemoração de 2 milhões de espectadores para o filme “Meu nome não é Johnny”, o diretor Mauro Lima, questionado sobre a possível carreira internacional do filme, respondeu que “Meu nome não é Johnny” está inscrito em alguns festivais, mas não há nenhum distribuidor interessado em lançar a produção lá fora.
Em poucas palavras, deixou claro que os distribuidores estrangeiros continuam interessados apenas, no retrato que eles ainda fazem do Brasil; Favelas, criancinhas nordestinas, violência em morro ou violência da ditadura . Não interessa às distribuidoras mostrar por exemplo, uma história urbana com jovens desajustados de classe média, mesmo que esse filme tenha conseguido levar dois milhões de pessoas ao cinema.
Isso acontece também no plano musical. Hoje em dia, as majors (gravadoras multinacionais) investem em produtos de qualidade duvidosa (com raríssimas exceções) , por acreditarem que no nosso país não existe cultura suficiente, para consumir melhores produtos . Foi assim, que surgiram os selos independentes, que de maneira praticamente artesanal, começam a aparecer cada dia com mais força dentro do nosso mercado e sem o ranço das majors, que quanto mais investem em músicas de segunda categoria, mais entram em prejuízos devido a pirataria que lucra, sem impostos, o resultado da mídia paga pelas próprias multinacionais.
Seria mais do que interessante mudar a imagem de um país que todos os dias muda de cara, por inúmeras razões, entre elas, a arte de maneira geral e suas consequências Mas será que isso seria interessante também, para outros setores do país? Fica aí a dúvida.
5 comentários
Olá, Isolda!
Muito pertinentes os seus comentários sobre a caricatura brasileira e sobre a forma como os outros países a querem enxergar.
As pessoas sempre procuram estigmatizar as outras e isto também é válido, quando se trata de pessoas jurídicas ou até mesmo de nações.
O seu blog está ótimo!
Um grande abraço.
Cerquize
Nobre colega isolda,
Os meios de comunicação do Brasil têm uma grande parcela de culpa para que tudo isso aconteça. Estamos vivendo a era do descartável. Tudo é feito para o lucro imediato não se levando em conta a qualidade. Os valores estão sendo invertidos. Atualmente, os maiores espaços na mídia são ocupados por tragédias, crimes e cultura inútil. Os programas culturais e de entretenimento sadio estão em extinção. Se não tivermos a capacidade de selecionar o que nos estão impondo, muito em breve nos tornaremos um grande aterro de lixo cultural.
Um grande abraço
Concordo com a estigmatização, Felipe. E´realmente uma pena.
Como disse o Marley, é importante mesmo a gente selecionar o que a mídia impõe, porém nem sempre é possivel diante da avalanche de noticias 99% ruins, propositadamente, é claro.
Bom dia Isolda, tudo bem?
Meu nome é Paulo e acompanho seu blog, gosto muito por sinal.
Artigos como os que falam sobre as “majors” ou sobre os “webcastings”, cabem muito bem em alguns temas que irei abordar em meu blog http://www.profissaomusico.blogspot.com.
Se tiver a oportunidade, dê uma passada lá e em breve, poderemos agendar uma entrevista, mesmo que virtual, para que você proporcione um pouco da sua experiência musical em meu blog.
Grande abraço.
PH Oliveira
Será um prazer, Paulo.
um abraço